"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir.” Ana Jácomo

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fevereiro 15, 2011

Por Bia Gogel*


Tem gente que sente tesão pelo risco, pela adrenalina de estar indefeso, submisso. Tem gente que sente tesão por sentir dor. Tem gente que acha tudo isso um desvio sexual. Tem gente que simplesmente tem medo. Eu odeio sentir dor e confesso que morreria de medo de ser amarrada por um homem que não conhecesse muito bem, mas adorei as sensações que tive ao ser imobilizada por homens em quem confiava. É bom demais estar indefesa nas mãos de quem só quer te dar prazer. É como se estivesse obrigada a sentir prazer. E, convenhamos, que obrigação maravilhosa!

Quando ainda namorávamos, meu ex-marido e eu vivemos um período em que queríamos experimentar tudo o que podíamos, uma longa busca a prazeres intensos e diferentes, sem preconceitos, sem medos, com muita paixão e tesão. Nessa época, ele apareceu com uma algema e perguntou o que eu achava daquele novo brinquedo. Sorri, ele me pôs sentada em uma cadeira, no meio da sala. Colocou meus braços pra trás do espaldar e algemou meus pulsos. Começou a me beijar, a esfregar seu corpo sobre o meu. Devagar tirou suas roupas e alisou seu pau grande, me olhando de um jeito sensual. Foi desabotoando pouco a pouco minha blusa, tirou minha saia e calcinha, acariciou meus seios, todo o meu corpo.

Eu estava excitadíssima, uma sensação que nunca tinha sentido. Brincava com meus próprios sentimentos, olhava para aquele homem tão conhecido e fantasiava que era um estranho. Sabia estar completamente segura e isso me deixava à vontade para fingir que tinha medo, pois ele me conhecia e percebia que eu me deixava levar pela fantasia e não ia parar se eu dissesse “Pare!”. Sabia também que ele pararia se o “pare” fosse um pedido real.

Ele abriu as minhas pernas com força, se ajoelhou em frente a mim e… ai, que delicia! me chupou até eu gozar, gozo que veio mais rápido e forte do que o normal. Antes que eu pudesse me recuperar, ele montou em mim, sobre a cadeira, e enfiou seu pau com força, me provocando uma nova onda de orgasmo. Meteu intensamente, enfurecido, até que explodiu em um gozo forte, olhando fixamente nos meus olhos, um olhar enfurecido, apaixonado e extasiado.

A algema continuou lá em casa por alguns dias, tempo suficiente para eu surpreendê-lo com uma nova brincadeira. Dessa vez, o algemado foi ele. Ajoelhado em cima da cama, com os braços esticados e pulsos presos nas costas à altura do quadril, meu então namorado deixava a minha disposição seu pau completamente teso. Fiz um boquete provocador e demorado, tomando cuidado para não deixar que ele gozasse, depois fiquei de quatro, introduzi seu pau devagarzinho na minha buceta e rebolei até seu gozo explodir. Quando sai de sua frente, ele caiu, atordoado, como um preso que apanhou indefeso. Na verdade apanhou… mas foi da minha bundinha e com muuuito carinho…

Só anos depois fui sentir algo parecido de novo, já separada, com um amante delicioso, de quem sempre tenho muita saudade e vivo esperando o próximo reencontro. Eu tinha ido visitá-lo na cidade onde mora, era a primeira vez que via sua casa, seu quarto. Lembro que a primeira sensação que tive quando vi sua cama foi uma frustração engraçada por sua cabeceira ser lisa e não permitir amarras. Mas na manhã seguinte a minha chegada, quando ele foi trabalhar e me deixou sozinha no apartamento, tive uma excitante surpresa quando esticava os lençóis. Vi uma coisa brilhando em baixo na cama, achei que era um relógio ou algo de metal que tivesse caído, quando me abaixei para pegar, vi que era um dos aros de uma algema. Puxei-o e descobri que estava preso em uma longa corrente.

Do outro lado da cama, a outra parte da algema. Deitei rindo, de surpresa e de alegria. Já imaginava o que aconteceria naquela mesma noite, quando ele me prendeu, um braço, o outro. Uma sensação eletrizante foi tomando conta do meu corpo enquanto eu ficava cada vez mais submissa, à inteira disposição daquele homem. E eu nem sabia o que estava por vir… Quando descobri a minha “armadilha” naquela manhã, não tinha visto que uma corrente igual estava ao pé da cama, pronta para prender meus tornozelos, me deixando completamente aberta pra ele, pernas arreganhadas, buceta a mostra, ansiando por receber seu pau latejante bem fundo.
Como já disse, o que eu senti, foi parecido com o que descrevi na primeira experiência. Não quero me repetir e, pensando bem, nunca soube o que ele sentia… Vou ligar e perguntar.

“Tesão, muito tesão”, foi o que ele me respondeu. “O tesão mais bruto que pode haver, aquele ligado ao jogo da submissão. Mesmo que fosse uma brincadeira, você se submetia de verdade”. É mesmo… aquelas correntes não eram de brinquedo, eu estava completamente indefesa, ele poderia fazer o que bem entendesse comigo, mas o que mais me excitava era saber que tudo o que iria fazer era me dar e ter prazer. Ele afirmou ser uma sensação de intimidade máxima. Concordo, você precisa sentir-se muito intimo de alguém para brincar com seus próprios medos, se dar completamente indefesa e dominada. Para curtir tudo isso de um modo bem gostoso é preciso que os dois queiram entrar no jogo, é preciso ter a mente livre de preconceitos, afinal, cá entre nós, na cama, nada é “errado”, tudo é permitido se os dois estão com vontade e prontos para sentir muito prazer.

* Bia Fogel é jornalista, leitora do PD e colaboradora

2 comentários:

  1. lindona!!
    Este blog cada dia mais lindo!
    Tem um carinho e uma homenagem pra vc la no blog da Masmorra.
    Beijos
    Vênus cadela do Mestre Sádico

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  2. Grata amiga vc sempre muito generosa!
    Bjks

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